quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A Raposa e as Uvas (Versões de Monteiro Lobato e Millôr Fernandes) - Especial Vamos Brincar de Ler?

Oi, oi!

Hoje, vou mostrar outras duas versões da nossa já conhecida fábula A Raposa e as Uvas. mas nas versões de Monteiro Lobato (um dos mais influentes escritores brasileiros de todos os tempos, sobretudo no que diz respeito à literatura para crianças. Sua obra A Menina do Narizinho Arrebitado é considerada um marco da Literatura Infantil) e de Millôr Fernandes (desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, tradutor e jornalista brasileiro conhecido, principalmente, por seus textos marcados por sátiras e ironias).

Eis:

A Raposa e as Uvas (Monteiro Lobato)

Certa raposa esfaimada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisa de fazer vir água à boca. Mas tão altos que nem pulando.
O matreiro bicho torceu o focinho.
- Estão verdes - murmurou. - Uvas verdes só para cachorro.
E foi-se.
Nisso deu o vento e uma folha caiu.
A raposa, ouvindo o barulhinho, voltou depressa e pôs-se a farejar...

Quem desdenha quer comprar.

-

A Raposa e as Uvas (Millôr Fernandes)

De repente a raposa, esfomeada e gulosa, fome de quatro dias e gula de todos os tempos, saiu do areal do deserto e caiu na sombra deliciosa do parreiral que descia por um precipício a perder de vista. Olhou e viu, além de tudo, à altura de um salto, cachos de uvas maravilhosos, uvas grandes, tentadoras. Armou o salto, retesou o corpo, saltou, o focinho passou a um palmo das uvas. Caiu, tentou de novo, não conseguiu. Descansou, encolheu mais o corpo, deu tudo que tinha, não conseguiu nem roças a uvas gordas e redondas. Desistiu, dizendo entre os dentes, com raiva: "Ah, também não tem importância. Estão muito verdes." E foi descendo, com cuidado, quando viu à sua frente uma pedra enorme. Com esforço empurrou a pedra até o local em que estavam os cachos de uva, trepou na pedra, perigosamente, pois o terreno era irregular e havia o risco de despencar, esticou a pata e... conseguiu! Com avidez colocou na boca quase o cacho inteiro. E cuspiu. Realmente as uvas estavam muito vedes!

Moral: A frustração é uma forma de julgamento tão boa como qualquer outra.

Por hoje é só, meu povo.
Não vale esquecer de passar lá no Literatura Ilimitada, né?

Beijo.
Até amanhã!



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